Dívida da câmara pode condicionar obras em Alfândega da Fé

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Seg, 10/05/2010 - 09:16


A câmara de Alfandega da Fé admite que alguns investimentos programados para o concelho podem vir a ser postos em causa devido à grave crise financeira que o município atravessa. Segundo dados publicados pela Direcção-geral das Autarquias Locais, no final de 2009 Alfândega da Fé era o município do país que levava mais tempo a pagar: 852 dias, mais de dois anos.  

Apesar deste desempenho, a presidente da câmara salienta que a situação melhorou no último trimestre do ano passado.

“O facto de a anterior câmara ter recebido três milhões de euros do Programa de Regularização Extraordinária das Dívidas para pagar dividas a curto prazo não teve o efeito que na altura se disse que iria ter” refere a presidente da câmara. “Apesar de a situação ter melhorado no último trimestre de 2009 em que se reduziu em cerca de 68 dias o prazo de pagamento passando de 920 dias para 852, o que é uma enormidade” considera. “Mas o município de Alfândega da Fé é o que continua a pagar com mais atraso e esta melhoria é muito pequena e significa que continuamos numa grave situação financeira”.

 

Berta Nunes admite que algumas candidaturas já aprovadas e relacionadas com as acessibilidades do concelho e com a reabilitação urbana da vila podem ficar em causa.

“Esta situação de grave constrangimento financeiro faz com que os investimentos programados tenham de ser feitos muito mais devagar e não sei mesmo se alguns poderão ser postos em causa” admite. “Sem termos aprovado o plano de saneamento financeiro, provavelmente o Tribunal de Contas não nos vai passar o visto para as obras comparticipas e claro que isso para nós é uma grande preocupação porque se não conseguirmos aproveitar os fundos comunitários, o concelho vai ficar gravemente prejudicado” refere.

 

A autarca explica ainda as medidas que estão a ser tomadas para tentar ultrapassar a situação.

Algumas passam pelas empresas municipais que segundo Berta Nunes têm sido uma grande peso nas despesas do município.

“Estamos a tomar medidas em relação às empresas municipais para que o encargo com elas seja reduzido ou até anulado”. Quando isso acontecer “vai traduzir-se numa melhoria da situação financeira”. Mas além disso, “estamos a preparar um plano de saneamento para que possamos pagar todas as dívidas que temos a curto prazo e transformá-las numa divida a médio prazo”.

 

Apesar disso, Berta Nunes prevê que o problema só esteja resolvido dentro de oito anos.

Escrito por Brigantia