Desemprego diminui na região contrariando tendência nacional mas há falta de mão-de-obra qualificada

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Qua, 29/11/2023 - 09:11


É na região Norte, que está o maior número de desempregados do país. Em Outubro eram 39,8% do total, segundo dados do último relatório divulgado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. No entanto, a região contraria este cenário

Em relação a Outubro do ano passado, o desemprego desceu 4,6% na região. Mas os empresários continuam a queixar-se de falta de mão-de-obra qualificada, em áreas como mecatrónica, pichelaria, carpintaria, restauração. De acordo com Sónia Reis, da direcção do NERBA- Associação Empresarial do Distrito de Bragança, as pessoas que estão desempregadas não têm formação para as ofertas que as empresas disponibilizam. Isto, porque a oferta formativa não está direccionada para as necessidades da região. “É preciso ajustar a oferta a estas profissões mais técnicas e requalificar as pessoas. Se calhar temos qualificados, no território, muitos técnicos de vendas e precisamos de picheleiros, de soldadores, de técnicos para climatização. É necessário proceder a uma reestruturação daquilo que é a oferta”.

Sónia Reis levantou ainda outra problemática relacionada com a carga fiscal das empresas, que impossibilita boas ofertas de remuneração. “As empresas precisam de recursos, não os conseguimos é fixar. Não é por não existir trabalho, não é por não necessitarem, é porque a carga fiscal que as empresas têm é elevadíssima e estar a assumir um emprego sustentável a médio e longo prazo é difícil para as empresas. Os ordenados não são altos e os jovens vêm-se obrigados a sair”.

A Tecnofrio é uma das empresas, em Bragança, que tem dificuldades em arranjar mão-de-obra qualificada. Faz reparação e venda de electrodomésticos. Tem 10 trabalhadores, mas Fernando Correia, um dos sócios admite que não são suficientes e isso compromete o crescimento da empresa. “Não podemos alargar-nos no horizonte, temos que abdicar de certos trabalhos, porque não há mão-de-obra qualificada e nós estarmos a formar pessoas, além de ser caro, não temos tempo para isso. O mercado não espera por nós para conseguirmos formar alguém”.

Para o empresário, o grande responsável pela falta de mão-de-obra qualificada nestas áreas é o Centro de Emprego, porque não oferece cursos para responder às necessidades. “Não há uma grande vontade dos serviços responsáveis, o IEFP, que devia fazer um apanhado do que existe na cidade e fazer cursos. Podem dizer-nos que esses cursos não vão ter aproveitamento, porque as pessoas vão para lá para receber o dinheiro do curso, mas as pessoas estão no desemprego igual. Estão 20 pessoas a fazer um curso, se forem feitos durante cinco ou seis anos e se houver um aproveito nem que seja de 30%, vão dar um equilíbrio ao local”.

Na região, o grande grupo de desempregados, quase 38%, tem entre 25 e 34 anos. 

Os empresários a queixarem-se da falta de mão-de-obra qualificada e de cursos direccionados para as ofertas de emprego que há na região.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais