Clube de Caça e Pesca de Bragança recolhe chumbo dos terrenos

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Ter, 03/04/2012 - 09:25


O Clube de Caça e Pesca de Bragança está a promover uma acção de limpeza ambiental nos terrenos envolventes à sua sede. O objectivo é recolher os vestígios de chumbo utilizado nos tiros aos pratos.  

“Vai ser obrigatório, por lei, fazer isso no prazo de cinco anos. Mas resolvemos antecipar-nos”, explicou o presidente do clube, Antero Ferreira. O que o clube pretende fazer é a descontaminação dos terrenos, que têm sido “semeados” com os chumbos dos cartuchos nos últimos 25 anos, um metal tóxico. “Prevêem apanhar umas 20 toneladas de chumbo, pelo que a empresa que contratámos já viu. Até agora, numa semana, já apanharam quatro toneladas”, explica o mesmo responsável.Depois de recolhido, o chumbo será vendido para reciclagem, pelo que Antero Ferreira admite que o clube ainda possa vir a pagar as despesas e ter algum lucro com esta alteração.A lei mudou em Fevereiro do ano passado e todos os clubes vão ser obrigados a fazer a apanha todos os anos. Em Bragança, 90 a 95 por cento do chumbo cai fora das instalações do clube, num raio de 130 a 150 metros da prancha de tiro. A operação prevê que uma máquina recolha a terra que está à superfície do solo, que depois é inserida num crivo fino, que separa o chumbo das pedras. Depois, através de aspiração, é retirada a terra do chumbo.Desde há cerca de 30 anos que o clube tem actividade na zona do antigo aeródromo da cidade. Uma actividade que poderia traduzir-se na contaminação dos solos. “Há estudos que apontam nesse sentido, sobretudo da eventual contaminação de águas. Mas aqui não temos praticamente nenhum curso de água e para chegar a um lençol freático tinham de decorrer vários anos”, explica. 

O Clube de Caça e Pesca de Bragança te, actualmente, cerca de 600 sócios. Em estudo está ainda a possibilidade de o clube se mudar para novas instalações, na freguesia de S. Pedro, algo que não tem avançado por falta de disponibilidade financeira quer da autarquia, quer do clube. Mas a pressão urbanística está a acentuar-se, com o crescimento da cidade para as imediações da sede daquela colectividade, o que poderá vir a causar distúrbios devido ao ruído.

Escrito por Brigantia (CIR)