Bragança acolheu encontro europeu do projeto MASKS para valorizar e preservar a tradição das máscaras rituais

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Qui, 28/08/2025 - 09:42


Projeto submetido à União Europeia é um consorcio de 12 parceiros oriundos de Portugal, Espanha, Itália e Roménia e contará com investimento de mais de 1 milhão de euros

São coloridas e enigmáticas. Podem ser esculpidas em madeira, cortiça ou couro. As máscaras tradicionais estão no centro do projeto europeu MASKS que une quatro países e dezenas de instituições. O projeto arrancou com um trabalho de investigação sobre os rituais, os artesãos e as comunidades locais. Agora, dá-se o próximo passo, formar para preservar a cultura e as festas, explica o professor e presidente da Academia Ibérica das Máscara de Bragança, António Tiza. “Este é um projeto europeu do programa Erasmus+, que é financiado pela União Europeia e que tem como conteúdo básico, fundamental, digamos, as máscaras rituais, que são utilizadas nos rituais festivos dos quatro países que estão envolvidos, sendo Portugal, Espanha, Itália e Roménia. Foi, inicialmente feito um trabalho prévio de investigação e, a partir daqui, vai ser feita a formação, que é esta reunião preparatória que estamos a fazer aqui em Bragança para definir os conteúdos e tudo o resto que diz respeito à formação que vem agora a seguir”, explica.

Bragança acolheu a reunião dos 12 parceiros europeus envolvidos no projeto, que decorreu ontem na Escola Secundária Abade de Baçal. O objetivo do projeto transfronteiriço é, segundo o professor, “promover a cultura e as tradições”, assim como “valorizar e difundir esta riqueza que é comum a todos”. Segundo António Tiza este projeto vai permitir “viabilizar e incentivar a produção de máscaras tradicionais” através da aprendizagem das diferentes técnicas de produção para “eles próprios, passarem a produzir e até a vender”.

A formação, com mais de 100 horas, será feita online e é aberta a destinada a todas as idades. Os melhores alunos terão acesso a uma mobilidade internacional Erasmus, explica a professora e coordenadora do projeto, Pilar Panero. “Temos um mínimo de 70 alunos. Destes 70 alunos, os 20 melhores das cinco instituições onde ministramos formação, vão fazer uma mobilidade. Têm de ser os nossos estudantes a fazer essa troca Erasmus, logicamente. Mas a formação está aberta a qualquer pessoa que esteja interessada na cultura da máscara. É uma formação que estamos a planear de uma forma rigorosa, mas acessível a qualquer pessoa que tenha interesse”, disse.

Mais do que resgatar tradições, este é um projeto que pensa o futuro. Segundo Pilar Panero esta formação visa também a incentivar ao empreendedorismo. “Já temos muito material que vai ser utilizado para essa formação da primeira fase de investigação, que são vídeos de cariz divulgativo em que os artesãos explicam perfeitamente como fazem os seus trabalhos. A ideia é que, através deste projeto, alguém se sinta motivado a empreender e que a cultura também seja uma fonte de riqueza. A cultura e o património da máscara”, rematou.

O projeto é financiado por fundos europeus no âmbito do programa Erasmus+ e conta com um investimento de mais de 1 milhão de euros. O Brigantia EcorPark e a Academia Ibérica da Máscara de Bragança representam Portugal neste projeto e reforçam a importância do Nordeste Transmontano, por ser a região com maior número de mascaradas ou festas de inverno, assumindo-se como um território-chave na preservação destas tradições.

Escrito por Brigantia.

Jornalista: 
Cindy Tomé