Aldeia Nova quer deixar Douro Internacional

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Qui, 18/06/2009 - 10:20


A população de Aldeia Nova em Miranda do Douro quer sair da área do parque do Douro Internacional, tal como aconteceu com os vizinhos espanhóis de Castro de Alcanices que durante oito anos lutaram em tribunal para que tal acontecesse.  

Agora o representante da junta de freguesia de aldeia Nova está a reunir toda a documentação para iniciar também este processo na justiça.

Em causa, e segundo Ernesto Garcia, está a inconstitucionalidade desta área protegida e o abuso que exerce sobre as propriedades dos populares.

“Têm-se portado muito mal connosco e o povo está todo de acordo. Fazem as coisas e não pediram a ninguém. Deviam ter sido feita uma reunião e convocar o povo, que detém as propriedades. Eles querem mandar em tudo e o povo está revoltado.”

Está é uma decisão que tem o apoio total da população da aldeia

“O parque só nos dá prejuízo. Queremos seguir o exemplo da vizinha Espanha, que já saiu”, garante um morador, porque “fizeram o parque” sem o seu conhecimento. “Quem tem gado não pode esgalhar um carrasco para dar de comer aos animais. Daqui a nada nem uma giesta podemos arrancar”, conclui. “Não precisamos de parque nenhum”, diz outro agricultor, corroborado por um vizinho que garante ser “da mesma opinião”. “Que se vão embora”, sublinha. “Nós é que éramos lavradores e conhecemos as coisas”, completa.

Na base desta decisão radical está um episódio que aconteceu há cerca de oito dias. O parque do Douro Internacional mandou parar a construção de um caminho que estava a ser executado pela junta de freguesia, próximo do rio Douro, alegando que estava em causa a nidificação das aves de rapina nas arribas

Os populares defendem a criação deste caminho, que dizem ser essencial para travar eventuais incêndios que possam acontecer nas arribas do Douro.

“Fazia falta porque em caso de incêndio tanto os bombeiros como a população podiam travar o fogo. Se não não há meios de os bombeiros irem apagar os incêndios”, diz um dos habitantes da aldeia, enquanto outro aponta “o turismo” como beneficiário do caminho.

A população de Aldeia Nova vai avançar para tribunal para tentar sair desta área protegida criada em 1998.

Até ao momento ainda não foi possível obter uma reacção por parte do ICNB sobre este assunto.

 Escrito por CIR