Sex, 13/02/2015 - 11:01
As contas são da Unidade Local de Saúde do Nordeste, depois de o PCP de Bragança ter denunciado que estariam mais de 5750 pessoas sem médico, sendo Torre de Moncorvo, Mogadouro, Bragança e Mirandela os concelhos que têm um maior número de pessoas nesta situação.
Números à parte, para o PCP este problema põe em causa o acesso à Saúde das populações do distrito de Bragança.
“Isto coloca constrangimentos à Saúde por parte dos utentes aqui da região e depois também se faz reflectir no recurso aos serviços hospitalares centralizados em Bragança, Mirandela ou Macedo de Cavaleiros. Isto é de facto um problema, mas estamos a pensar também noutros concelhos que não atingindo valores tão altos, mas se tivermos em conta também concelhos com menor número de utentes, como Carrazeda de Ansiães, Miranda do Douro, Vila Flor, que têm centenas de utentes sem médico de família e portanto também se vêem nesta situação de não terem acompanhamento médico de estarem limitados no acesso aos cuidados de saúde”, realça o dirigente do PCP.
Filipe Costa, representante do PCP no distrito de Bragança, defende que deveriam ser contratados pelo menos mais quatro médicos para cobrir toda a população do distrito.
“Nas nossa opinião tendo em conta aquilo que está determinado na lei em termos de rácio no mínimo a contratação de quatro médicos para dar resposta a esta realidade de utentes sem médicos de família. Outro problema é a questão do transporte em que a gente constata que há utentes que não se deslocam ao hospital por causa das despesas com a exclusão de muitos doentes não urgentes do transporte gratuito”, salienta Filipe Costa.
Contactada a Unidade Local de Saúde do Nordeste respondeu em comunicado que estão identificados 750 utentes em Torre de Moncorvo e mais 700 em Miranda do Douro sem médico de família. E acrescenta que a taxa de cobertura de utentes com médico de família na ULS do Nordeste é de cerca de 99 por cento, sendo uma das melhores a nível nacional, cuja média nacional ronda os 90 por cento.
A ULS informa, ainda, que estão a decorrer concursos de recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar, sendo expectável que eventuais admissões possam ajudar a solucionar este problema.
O comunicado refere ainda uma preocupação da ULS com a actual média de idades dos médicos desta especialidade, próxima da aposentação, por isso garante que está empenhada no reforço do seu quadro clínico na especialidade de Medicina Geral e Familiar.
Escrito por Brigantia