Sex, 05/12/2025 - 17:13
O Governo vai aumentar duplicar o valor das indemnizações pagas aos produtores afetados pelos ataques de lobo-ibérico. Esta é a primeira atualização feita desde 2017 e acompanha a aprovação do Programa Alcateia 2025-2035, apresentado pelo Ministério do Ambiente e Energia, cujo objetivo é reforçar a conservação do lobo ibérico e melhorar a coexistência com a atividade pecuária.
Segundo o Ministério, a nova tabela de indemnizações passa a refletir o custo real das espécies pecuárias no mercado, originando aumentos expressivos. Para indemnizações por perda de caprinos há um aumento global de 227%; para os equídeos (por exemplo, cavalos) o aumento é de 160%; para os ovinos de 130%; e para os bovinos de 97%. O despacho com os novos valores vai abranger os processos a contar desde dia 1 de janeiro de 2025.
Além do reforço financeiro, o Programa prevê ainda a simplificação e aceleração dos procedimentos de participação de danos, a avaliação de prejuízos e pagamento, de modo a responder a uma reivindicação antiga dos produtores.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, sublinha que “O Lobo ibérico faz parte do nosso património natural e cultural, e a sua conservação é uma prioridade da política de conservação da natureza. Temos de evitar o seu desaparecimento agindo ao nível do restauro ecológico, assegurando que os danos causados são devidamente compensados”.
O Programa Alcateia estabelece cinco objetivos estratégicos para um período de dez anos, apoiados por um financiamento que poderá chegar aos 15 milhões de euros, provenientes de fundos nacionais e europeus.
A estratégia baseia-se no Censo do Lobo-Ibérico 2019/2021, que revelou uma redução da área onde a espécie ocorre, que hoje está limitada a quatro núcleos principais, Peneda/Gerês, Alvão/Padrela, Bragança e Sul do Douro. Foram identificadas 58 alcateias (56 confirmadas e 2 prováveis), o que corresponde a uma população estimada de cerca de 300 indivíduos, aproximadamente 15% da população ibérica.
A elaboração do Programa, conduzida pelo ICNF, decorreu de forma participativa e integrou contributos recolhidos durante a consulta pública realizada entre julho e setembro de 2025, que recebeu 42 participações.
Escrito por Rádio Brigantia.




