Qua, 08/10/2025 - 09:00
Realizou-se ontem de manhã, em frente à Câmara Municipal de Bragança, um plenário dos trabalhadores dos transportes urbanos.
A iniciativa convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) serviu para preparar a greve nacional agendada para esta sexta-feira.
A paralisação acontece dois dias antes das eleições autárquicas e pretende chamar a atenção para as condições de trabalho no setor.
Em causa estão várias reivindicações antigas, como explica Francisco Marcos, coordenador regional do STAL. “Este plenário é a preparação para a greve para o dia 10 de outubro, que abrange os trabalhadores que exercem funções nos transportes urbanos, municipais e municipalizados, e os objetivos desta greve é a reposição das carreiras e os índices remuneratórios e os seus conteúdos profissionais específicos, tendo como base os que existiam antes da relegação da Lei 12-A de 2008. Com esta greve pretendemos também um aumento salarial não inferior a 15%, no mínimo 150€ para todos os trabalhadores e a atualização do subsídio de refeição para 10,5€. A melhoria das condições de trabalho e, portanto, que sejam valorizadas as profissões de motoristas”, explicou.
Segundo o sindicato, os motoristas estão a receber atualmente o salário mínimo nacional, independentemente da antiguidade ou da exigência da função. Em Bragança, a realidade é particularmente dura. “Em Bragança, há trabalhadores que há 10, 15 anos, que não têm progressões, ou seja, estão a receber o ordenado mínimo. Há trabalhadores que entram hoje para a autarquia, recebem o mesmo que trabalhadores que há 15 anos que já estão na mesma autarquia. E a profissão de motorista é de muita responsabilidade e, por isso, tem que se dignificar a profissão”, referiu.
Francisco Marcos sublinhou que cerca de 90% dos trabalhadores marcaram presença no plenário e que o STAL prevê uma paralisação total dos transportes municipais no dia da greve. O objetivo da greve às portas das eleições tem como propósito chamar a atenção da população e dos candidatos. “A profissão de motoristas é de grande responsabilidade. Eles têm de transportar idosos, crianças e têm que estar a 100% na profissão, por isso é necessário que vejam estes profissionais, que é necessário valorizá-los. Prevemos que haja uma adesão de 100% no dia 10 à greve, ou seja, uma paralisação total dos transportes”, frisou.
O sindicato diz ter entregado, dia 17 de setembro, as reivindicações ao Ministério das Finanças, mas ainda não obteve qualquer resposta do Governo. Espera agora que a greve nacional sirva de ponto de viragem no diálogo institucional e na valorização dos profissionais do setor. A greve, agendada para dia 10 vai abranger trabalhadores dos transportes municipalizados em Bragança, Barreiro, Coimbra, Nazaré, Portalegre, Alcácer do Sal e Sintra, entre outros.
Escrito por Brigantia
Foto: CGTP