Seg, 14/07/2025 - 08:53
Inverter a tendência de estagnação do concelho de Mirandela com um conjunto de pessoas ligados a vários quadrantes políticos, mas sem as amarras partidárias. É este o principal desígnio da candidatura independente “Move Mirandela-Mirandela é Tua” liderado por Luísa Torres que ambiciona vencer as eleições autárquicas de 12 de outubro. Isso mesmo, deixou bem claro na apresentação pública da sua candidatura, sexta-feira.
A Engenheira Civil, Arquiteta e docente, natural de Mirandela, que exerceu as funções de 1ª secretária da Mesa da Assembleia Municipal de Mirandela (AMM) - entre outubro de 2017 e abril de 2025 - depois de ter sido eleita nas listas do PS, nas eleições autárquicas de 2017 e 2021 – e que no final de fevereiro, deste ano, informou aquele órgão autárquico que se demitia dessas funções na Mesa (passando a ocupar apenas o seu lugar de membro da Assembleia Municipal), revela que decidiu avançar por considerar que o concelho “estagnou em vários domínios e esta estagnação traz como consequência natural o sentimento da perda de importância face a outros concelhos”, diz.
Luísa Torres acredita que o concelho “tem propriedades únicas no que concerne á beleza do território, ao património histórico, á centralidade, no entanto é evidente o descuido em matérias importantes e decisivas ao desenvolvimento”, acrescenta.
Para alterar o cenário, a cabeça de lista do Movimento “Move Mirandela” pretende avançar com “um plano estratégico concelhio para a cultura, património desporto, saúde e ação social”, que diz estar a ser preparado para apresentar em breve.
Outra das intenções desta candidatura passa por colocar em prática um plano estratégico e faseado de execução de infra estruturas de saneamento básico, de apostar na reabilitação e requalificação tanto do edificado como de rede viária de distribuição local com especial relevância na rede que promova a coesão do território. A hierarquização e coesão territorial inter-concelhia são para nós, o segredo de um concelho que se quer mais justo e mais forte. Desengane-se quem pensa que pode fazer evoluir a cidade se não der a devida importância às freguesias”, refere.
Luísa Torres entende que para implementar novas ideias é preciso soltar as “amarras” partidárias. “As pessoas estão um pouco saturadas dos partidos e entendemos que conseguimos criar uma equipa que agrega pessoas de vários quadrantes políticos e que têm ideias, cada um e cada qual com a sua ideia política, mas que aqui, na verdade, o que nos interessa não é a ideia política, a convicção política de cada um, mas sim o reunir de um conjunto de ideias que retratem a sociedade no seu todo”, sublinha a candidata que diz ter a noção “e o sentido de responsabilidade de que não se pode fazer tudo ao mesmo tempo, pode-se e deve-se avaliar, planear e programar os melhores projetos”.
Confrontada com o facto de haver o maior número de sempre de candidatos a presidente da Câmara (6), Luísa Torres diz ser “saudável para a democracia, para Mirandela, porque mostra que existe um conjunto grande de opções para os mirandelenses e na hora do voto cada um decidirá aquilo que lhe oferecer mais confiança”. E por falar em confiança, Luísa Torres garante: “Estou confiante na vitória”.
CONTRA A "PARTIDARITE"
Nesta apresentação da candidatura, já foram revelados alguns elementos que vão integrar as listas. No que toca à equipa candidata à Câmara, acompanham Luísa Torres, como número dois, Jorge Nozelos (Torre de Dona Chama). Em terceiro lugar aparece Francisco Esteves (presidente da Assembleia Municipal - entre outubro de 2021 e abril de 2025) e no quarto lugar aparece Manuela Gândara (antiga presidente da Junta de Freguesia de Suçães).
Na Assembleia Municipal, o cabeça de lista é Virgílio Tavares, que, em 2021, foi eleito, como independente, na lista do CDS àquele órgão autárquico.
Invoca duas razões para ter aceitado o novo desafio: “primeiro porque está a partidarizar-se muito as instituições e a considerar-se menos as pessoas, e sempre defendi o contrário. Primeiro as pessoas e as instituições, claro que também temos que as respeitar, e os partidos naturalmente existem, pois faz parte da democracia, mas, na minha ótica, devemos trabalhar sem estarmos vinculados, sem estarmos pressionados por qualquer partido, porque o nosso partido tem que ser as pessoas, porque a Mirandela sem pessoas não existia, portanto, são as pessoas que nós consideramos. E por isso é que estou na Assembleia, como independente, na lista do CDS-PP, mas nunca fui influenciado por ninguém a nível do partido para tomar esta ou aquela posição”.
A outra razão, foi o facto de “haver um conjunto de pessoas, que conheço, e que me merecem toda a confiança e que também querem enveredar e partilhar estas ideias com o intuito de darem o seu melhor para o desenvolvimento de Mirandela, sem estarem pressionados especialmente pela questão partidária”, explica.
Foi ainda anunciado que o cabeça de lista a presidente da junta de freguesia de Mirandela pelo movimento “Move Mirandela” será Luís Mosqueiro.
O atual membro da Assembleia Municipal, eleito nas listas do PS, remeteu para a próxima semana, declarações sobre este novo desafio.
Outros candidatos serão apresentados nos próximos dias, prometeu Luísa Torres.
Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)
Foto: Rádio Terra Quente