Incêndios cada vez mais rápidos e devastadores e os desafios dos bombeiros perante a nova realidade

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Qua, 09/07/2025 - 13:15


Esta sexta geração de fogos é muito rápida, causam danos catastróficos e libertam tanta energia que têm a capacidade de alterar as características meteorológicas ao seu redor.

No ano passado arderam, em Portugal, mais de 136 mil hectares de floresta, ou seja, o quadruplo do que se registou em 2023. Apesar de 2024 ter sido um dos anos com menor número de incêndios da década, a área ardida foi a terceira maior desde 2014, o que mostra que os incêndios têm uma dimensão cada vez maior. Perante o cenário, os bombeiros não têm uma fase de preparação para incêndios. Carlos Ferreira, comandante dos bombeiros de Vinhais, não tem dúvidas de que, hoje em dia, por causa das alterações climáticas, “já não há, propriamente, época de incêndios”. “Estamos sempre preparados”, referiu.

Óscar Esménio, comandante dos bombeiros de Izeda, diz que, hoje em dia, fundamental é o trabalho em equipa. “Ninguém consegue trabalhar sozinho hoje em dia. Se tivermos um problema aqui na nossa área, imediatamente são ativadas três corporações aqui à volta”, contou.

Uma ideia partilhada por Carlos Martins, comandante dos bombeiros de Bragança, que diz ainda que a formação, nos dias que correm, tem de incidir, sobretudo, nesta matéria, já que os incêndios são muito diferentes daquilo que eram. “O que nós temos reparado é que os incêndios agora há, cada vez menos, ignições, quer dizer que as pessoas são mais responsáveis, mas rapidamente um incêndio toma umas proporções devastadoras”, disse.

Perante incêndios cada vez mais explosivos, Carlos Ferreira diz que é necessário haver ainda mais cuidado no que toca, por exemplo, à limpeza de terrenos, mas no interior é complicado ajudar os bombeiros. “Cada um tem que ser consciente, se tem os terrenos tem que os limpar. Agora, o que se nota é o abandono, o envelhecimento das populações que não têm capacidade limpar os terrenos em volta da aldeia, nem cultivar aquelas que cultivavam há cerca de 10, 15 anos”, explicou

Nos últimos anos tem aumentado o número de grandes incêndios que atingem as áreas rurais. A dimensão e intensidade do fogo criaram uma nova geração de incêndios que dá origem a áreas ardidas mais extensas.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves