Empresários da restauração queixam-se que meses de Junho e Julho foram fracos

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Qua, 26/07/2023 - 09:45


Os meses de Junho e de Julho costumam ser animados para a restauração, mas os empresários de Bragança dizem que há menos clientes que noutros anos

As subidas da taxa de juro do crédito à habitação estão a afastar os clientes e o Verão está a ser pouco satisfatório para os empresários.

As pessoas pouco têm saído de casa para almoçar ou jantar por causa da subida da taxa de juro do crédito à habitação. João Paulo Exposto é um dos brigantinos que teve de apertar o cinto. Pagava 290 euros pelo crédito e agora paga 350. Com uma filha a entrar no ensino superior em Setembro, alguns luxos têm que ficar de lado.

“Além de ter aumentado a prestação, aumentaram os produtos alimentares e não se pode vir tantas vezes aos restaurantes”, disse.

Anabela Fernandes também tem crédito à habitação mas tem taxa fixa. Se não tivesse, as saídas para comer fora também ficavam de lado.

João Fernandes é proprietário do restaurante Tribuna, em Bragança. Em Junho e Julho os clientes foram menos que o normal. O empresário compreende que, com a subida da taxa de juro do crédito à habitação, este cenário é “normal”.

“O que se nota é que cada vez que há uma notícia das taxas de juro a subir, as pessoas consomem menos e menos vezes. Todo o dinheiro vai para a renda da casa e para o supermercado e não sobra. É uma bomba na carteira de todos nós”, referiu.

António Júlio está à frente do restaurante A Gôndola. Também aqui os clientes são menos, tanto os de Bragança, como turistas e emigrantes.

“Não dá para tudo e as pessoas têm que cortar nalguma coisa. Temos os nossos clientes que muitos estão de férias e entretanto começam a chegar os emigrantes e os turistas, mas são poucos. Emigrantes vê-se um ou outro e os juros tanto sobem aqui, como em todo o lado. O nosso problema é o deles e toda a gente vem com um bocadinho de receio e medo de esticar um bocadinho o dinheiro”, lamentou.

Andreia Sendas, proprietária do restaurante Restaurador, também diz que Junho e Julho foram mais fracos do que o habitual. Queixa-se que até os emigrantes estão a faltar, sendo que no ano passado, por esta altura, já havia aqui bastantes.

“Sente-se um pouco a falta dos nossos emigrantes, penso que estão um pouco retraídos, mas também temos que compreender que o ano passado foi um ano em que quase todos estiveram na terra Natal e penso que talvez este ano vêm menos tempo”, referiu. 

Rosa Veiga é proprietária do restaurante Rosina. Sejam brigantinos, turistas ou emigrantes, diz que, neste momento, as pessoas estão sempre atentas aos gastos e consomem menus mais baratos e menos comida.

“Tive aqui uma mesa na semana passada que eram cinco membros da família e acabaram por comer dois pratos de dia e uma garrada de água, partilharam entre eles estes dois pratos, as sopas e as duas sobremesas e isto demonstra perfeitamente que as pessoas estão com os tostões contados”, frisou.

Vários sectores estão a pagar as consequências destas subidas. Os restaurantes que o digam, que tem tido mais cadeiras vazias, nos últimos tempos.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves