Ter, 25/07/2023 - 17:26
O protesto começou hoje e vai durar três dias. De acordo com o secretário regional do Norte do Sindicato Independente dos Médicos, Hugo Cadavez, houve uma forte adesão em Bragança, quer no hospital, quer nos centros de saúde.
“Em relação ao hospital de Bragança parou o bloco de cirurgia, portanto todas as cirurgias programadas foram adiadas, não foram realizadas pela adesão expressiva a esta greve. Também no âmbito da consulta externa praticamente não houve consultas realizadas no hospital de Bragança e também nos centros de saúde temos a informação de que a adesão foi muito elevada”, disse.
O sindicato e o Governo estiveram durante um ano em negociações, mas não chegaram acordo. Os médicos querem um aumento de salário, face à perda do poder de compra dos últimos 10 anos.
“O mínimo que se espera é que em relação às carreiras salariais uma proposta consiga, pelo menos, inverter esta perda de poder de compra de 20% que atingiu os médicos nos últimos 10 anos e nem sequer incluímos aqui a inflação do último ano. É um valor muitíssimo grande que tem como consequência na ausência de atractividade do SNS e da carreira médica no SNS em relação ao privado e nem nos referimos ao estrangeiro”, frisou.
Hugo Cadavez fala de um Serviço Nacional de Saúde pouco atractivo e com problemas, nomeadamente na falta de médicos de família que afecta a região e todo o país.
“Chegamos ao ponto de termos hoje 1,6 milhões de pessoas em Portugal sem médico de família, um valor histórico, pelo menos num passado recente. Em particular em Bragança, também uma situação crítica, porque de facto há médicos aposentados e listas de utentes que ficam a descoberto e com a incapacidade que o SNS tem de captar e fixar médicos”, criticou.
O Sindicato Independente dos Médicos acredita que a adesão elevada se vai manter nos próximos dois dias de greve. Está ainda a decorrer outra greve nos centros de saúde às horas extra, que vai durar até 22 de Agosto.
Escrito por Brigantia