Mau tempo deixou prejuízos acima dos 230 mil euros no concelho de Macedo de Cavaleiros

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Qui, 22/06/2023 - 08:24


Sem surpresas, a aldeia mais afetada foi Cortiços, cujo declive contribuiu para uma enxurrada que destruiu o pavimento de ruas, sinais de trânsito, mobiliário, muros e proteções de vias

A rede de águas pluviais também vai ter de ser substituída e vai haver intervenções na ETAR.

É nesta aldeia que é necessário um maior investimento, mas não foi a única a sofrer com o temporal, revela o vereador com o pelouro da proteção civil, Paulo Rogão. “Teve a avaliação nos Cortiços, que foi a mais afetada, e o orçamento que os serviços apresentam para repor todas as infraestruturas que saíram danificadas é de 223 mil euros.

Em Carrapatas, onde foi afetado um arruamento e um largo, também foi feito esse levantamento e o orçamento que avançam é de 4 mil euros.

É o relatório que estas duas equipas produziram e abrangeu as aldeias de Cortiços, Cernadela, Carrapatas, Limãos, Sesulfe, Cabanas e Vilar de Ouro”.

Os dados foram apurados por duas equipas constituídas pelo Gabinete de Empreendedorismo e Desenvolvimento Rural, o EDRU, que permitiram avaliar a dimensão dos estragos causados pela chuva dos últimos dias de maio e primeiras semanas de junho.

Na agricultura, os danos também são preocupantes.

Algumas culturas ficaram completamente destruídas, sem possibilidade de recuperação e com possíveis consequências também para os anos futuros. “As culturas hortícolas tiveram estragos acima dos 90%, todas elas ficaram danificadas e teve uma abrangência de cerca de 10 hectares.

A nível do olival houve um prejuízo, por via do arrastamento de terras e das águas, que vai ter implicações na redução de produção de 30% e abrangeu 13 hectares.

A nível dos cereais houve uma danificação de 100% e abrangeu cerca de três hectares, a nível do milho teve uma abrangência de oito hectares, da vinha quatro hectares e houve lameiros que, por via do arrastamento das terras, saíram danificados e abrangeu quatro hectares. Para além de outros danos que houve em muros derrubados.

Este ano as culturas estão danificadas, agora é preciso regularizar os terrenos e possivelmente os próximos anos também poderão ser afetados”.

O relatório já foi enviado para a CIM Terras de Trás-os-Montes, que agora dará seguimento aos pedidos de apoio para as entidades competentes. “Na semana passada houve uma reunião da CIM-TTM onde este assunto foi abordado por nossa iniciativa e ficou acordado que logo que tivéssemos estes dados elencados e apurados, se enviasse para a CIM para agora, junto das entidades competentes, o remeter.

Esse pedido foi feito ontem e agora  a CIM-TTM, que lidera o processo, vai enviar para a CCDR-N e para a Direção-Geral de Agricultura. Nós vamos fazer também o nosso trabalho junto destas entidades, no sentido de termos apoios, quer para reparar as infraestruturas públicas, quer para as entidades apoiarem os agricultores que tiveram estes danos”.

Paulo Rogão teme que as intempéries possam ser cada vez mais frequentes, como consequência das alterações climáticas. Por isso, considera fundamental que as autarquias dotem os respetivos serviços de Proteção Civil Municipal com equipamentos que possibilitem uma intervenção cada vez mais eficiente.

Nesse sentido, querem submeter uma candidatura para ao novo quadro comunitário, de forma a adquirir mais meios. “As câmaras municipais agora têm a responsabilidade de apetrecharem os serviços de Proteção Civil.

Ano após ano temos adquirido equipamento para que os serviços da Proteção Civil estejam devidamente apetrechados.

O novo quadro comunitário tem um programa para este tipo de situações, já se sabendo que vai acontecer muito isto.

Logo que as candidaturas estejam abertas, iremos formalizar uma para equipamento para os serviços da Proteção Civil”.

Escrito por Onda Livre (CIR)