Acordo “definitivo” entre ministério e autarquias determina permanência do Heli em Macedo

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Seg, 30/05/2016 - 13:31


 O ministro da saúde e os 12 autarcas do distrito de Bragança assinaram este sábado um acordo que garante a permanência do helicóptero do INEM em Macedo de Cavaleiros. O documento assinado no Heliporto desta cidade tem um carácter definitivo e irrevogável e prevê que todas as acções judiciais e recursos interpostos quer da parte do INEM quer da parte dos Municípios sejam retirados.

O ministro Adalberto Campos Fernandes garante que o acordo põe um ponto final no processo de relocalização do meio de socorro aéreo de Macedo para Vila Real.
“Claramente ficou dito que é um ponto final na litigância e na conflitualidade entre o poder central e a administração local e, sobretudo, as populações”, assegura o ministro.
O titular da pasta da saúde admite mesmo que a actual localização do helicóptero responde melhor às necessidades de socorro da população.
“Num país que, infelizmente, ainda tem poucos recursos, tem poucos meios para responder a necessidades, tem que ter prioridades. E não considerar que o interior e as regiões mais desfavorecidas, quer em termos de rendimento económico, quer da própria proximidade aos cuidados, no topo das prioridades, é uma injustiça. Por isso, ao contrário, este protocolo é um ato de justiça.
O importante não é estar perto do hospital, é estar perto dos sinistrados. O meio aéreo aqui tem melhores condições técnicas e atmosféricas, além de ter um grande número de ativações”, adianta.
O presidente da câmara municipal de Macedo de Cavaleiros, Duarte Moreno, salientou que este protocolo é uma prova de que a união faz a força e mostra-se seguro de que o acordo dá garantias aos autarcas de que o heli vai permanecer em Macedo.
“Foi uma longa luta, e difícil. Conversar com os governos não é fácil. Nós sabemos que em termos de matérias económicas não tem sido fácil a vida do país, e, quando se tratam de números que passam nas “caixinhas” de Excel, e que se vê que o número é grande para tão pouca população, mais difícil se torna. Significa que quando os munícipes e as populações trabalham em conjunto, conseguem trazer os meios para os seus territórios”,
A população saiu à rua por três vezes para se manifestar contra a saída do helicóptero par Vila Real. Ilídio Mesquita, que integrou o movimento popular, acredita que a acção da população contribuiu para este desfecho, mas promete que a sociedade civil vai manter-se alerta.
“Este é um dia de alegria, de paz e de tranquilidade, porque chegamos ao fim de uma luta. Mas estamos atentos e vigilantes, porque é uma causa comum, manter o helicóptero onde ele é preciso, junto das populações”, frisa.
O acordo assinado no passado sábado em Macedo de Cavaleiros entre ministério, INEM e autarcas acaba com uma incerteza que durou 4 anos, desde que em 2012 surgiu a ameaça de relocalização do Helicóptero de assistência médica para Vila Real.
Ao longo deste tempo, as custas judiciais ascenderam 60 mil euros às autarquias do distrito. O helicóptero, que permanece em Macedo de Cavaleiros, é aquele com mais ativações no país. Em média, o meio levanta 1,2 vezes por dia, e serve também o distrito de Vila Real, da Guarda e Viseu. Escrito por Brigantia.