Aldeia de Campo de Víboras dá nome a curta-metragem

PUB.

Sex, 08/01/2016 - 10:25


A aldeia de Campo de Víboras, no concelho de Vimioso dá nome a uma curta-metragem. A realizadora francesa, com raízes portuguesas, Cristèle Alves Meira, escolheu algumas freguesias de Vimioso e Mogadouro para criar um drama baseado em algumas lendas da região

“O filme chama-se Campo de Víboras, que é o nome de uma aldeia de Vimioso, e eu, quando era criança, sempre fiquei um pouco curiosa por perceber o porquê desse nome e tentei imaginar uma lenda a partir dele. É a história de uma mulher de 45 anos, chamada Lurdes, que vive na aldeia de Campo de Víboras com a mãe que está doente e não pode andar. Vivem na casa da irmã Vitória que emigrou para França, enriqueceu e construiu uma grande casa na aldeia. O filme começa com a rotina dessa mulher da aldeia, cujo papel é feito pela Ana Padrão. Ela vai encontrar um homem francês que é caçador e está a chegar aqui à zona, e esse encontro vai fazer com que ela decida partir. O problema é que ela está agarrada à mãe que está sozinha mas mesmo assim decide partir com ele. No dia seguinte, as pessoas da aldeia encontram a mãe dela morta na piscina com um ninho de cobras ao pé. O filme torna-se muito fantástico, incompreensível, existe um mistério que anda em torno de perceber o que aconteceu, porque que as cobras vieram, e acaba assim, com os habitantes da aldeia a tentarem compreender porque que este drama aconteceu”, conta a realizadora. Cristèle conta ainda alguns dos motivos que a levaram a escolher Trás-os-Montes para a realização desta curta-metragem. “A luz, as montanhas, as paisagens, e algo que é muito importante que são as pessoas e a cultura, as histórias que ouvi, as lendas que existem, alguns rituais que a minha avó me ensinou. Tudo isso faz com que se imagine, se conte a vida actual de Trás-os-Montes, mas sempre inspirada em coisas mais ancestrais“, confessa. Uma produção Franco-Portuguesa que conta com nomes conhecidos da ficção nacional como Ana Padrão, Ana Brito e Cunha e Simão Cayatte. Os castings para o restante elenco foram realizados em Macedo de Cavaleiros, Bragança e Vimioso. E também da cidade macedense foi escolhido um personagem importante. Trata-se de Ester Catalão, de 68 anos, membro da Associação dos Jovens Artistas Macedenses há cerca de 4 anos, que vai ter um papel de relevo na história. A actriz não esconde a surpresa e alegria que sente em poder realizar este sonho, e o nervosismo, esse já desapareceu com o hábito de subir a palcos. “Nunca participei em nenhum filme, estava nos meus desejos ser actriz mas nunca pensei que fosse acontecer. Foi uma surpresa.Fiquei muito contente, o nervosismo acho que já me passou. Das primeiras vezes que subi a um palco, se me pusessem a mão na boca eu rebentava, o meu coração palpitava, e as primeiras vezes que fiz teatro tive sempre aquele medo de não fazer bem. Agora já vou mais à vontade, já não sinto tanto aquele nervosismo, embora ainda sinta qualquer coisa mínima mas já não é a mesma coisa, a gente habitua-se”, conta a actriz A curta-metragem deverá estar pronta no mês de Março e vai ser exibida no canal televisivo francês, France 3. O grande objectivo da realizadora é poder levá-la ao próximo Festival de Cannes. Escrito por Onda Livre (CIR).