Qui, 02/07/2015 - 17:23
O Projecto de Lei do Bloco de Esquerda pelo fim das portagens nas antigas SCUT, e o Projeto de Resolução do Partido Ecologista Os Verdes para que a A4 não seja portajada, reforçado com a Petição da Comissão de Utentes da A4 que reuniu seis mil assinaturas, não devem alterar a intenção do Governo. Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, insistiu na abolição das portagens nas ex-SCUT para garantir a mobilidade das pessoas sem terem de pagar onde não existem alternativas às auto-estradas. “Não aceitamos isso. Em defesa das populações queremos abolir as portagens nestas vias, com a garantia da mobilidade aos cidadãos e as cidadãs, serem portajados para pagarem o abuso dos privados”, sublinha. Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista Os Verdes, disse que as portagens na Auto-estrada Transmontana vão dar cabo da região. “Quando portajamos auto-estradas que se inserem em contextos desta natureza, estamos a retrair a aposta na economia e na implantação micro e pequenas empresas naquelas zonas, em bom português, estamos a dar cabo daquela região”, considera a deputada. Ivo Oliveira, do PS, lembrou que as portagens, excepto nas variantes a Bragança e Vila Real, não estavam previstas na obra lançada no Governo de José Sócrates. “Nunca esteve prevista a introdução de portagens em nenhum outro ponto da auto-estrada transmontana. Agora o primeiro-ministro quer impor portagens em toda a extensão da auto-estrada, não se justifica, não estava previsto e é inadmissível. Esta região é uma região de orografia difícil e não existem alternativas”, constata. Jorge Machado, do PCP, destacou que a auto-estrada Transmontana com portagens vai dificultar o acesso a vários serviços. “Encerraram inúmeros serviços na região transmontana, sempre com a desculpa de que a A4 iria facilitar a mobilidade, a desculpa foi utilizada para agora introduzir portagens e dificultar o acesso aos serviços de saúde e educação e dificultar a mobilidade das populações”, frisa. Do lado da maioria parlamentar, Hélder Amaral, do CDS, defendeu as portagens, alegando que a região transmontana deve retribuir pelo investimento feito na auto-estrada construída no Governo de José Sócrates. “Para mim que sou defensor do utilizador/pagador e que sou eleito numa região que tem à volta três auto-estradas, todas elas portajadas, quero dizer a esta população que este é um pequeno contributo que se lhes pede, porque não temos outra condição para pagar uma factura pesada e uma conta errada de quem fez auto-estradas quando a dívida pública estava em 100 por cento e quando o défice estava perto dos 10 por cento”, afirma. Por seu lado, Paulo Cavaleiro, do PSD, que também defende o princípio do utilizador/pagador, disse que as portagens não serão para já. “Defendemos o princípio que sempre defendemos mas é certo que o governo também já a afirmou que, até ao final desta legislatura, não pretende fazer alterações em relação a nenhum local, no que diz respeito às portagens”, recorda o deputado. Escrito por Ansiães (CIR).