Ter, 07/04/2015 - 22:09
O arguido de 39 anos, que incorre na pena máxima de 25 anos de prisão, preferiu ficar em silêncio, quando questionado pelo presidente do colectivo de juízes, no início do julgamento. A primeira testemunha a ser ouvida foi a vítima que sobreviveu. Maria Celeste Costa, de 58 anos é emigrante na Suiça e estava a passar férias em Vilarinho da Castanheira na altura do crime. Os factos remontam a 4 de Agosto de 2014, na noite da festa da aldeia. Segundo a acusação, o arguido começou por se envolver numa discussão verbal com a vítima, ainda no recinto da festa.O arguido terá mesmo arremessado cerveja à cunhadade Maria Celeste, que se encontrava também no local e que viria a morrer.
A acusação descreve que Ismael seguiu as duas mulheres e os familiares até à residência e quando chegavam ao portão, agarrou o braço da mulher, puxou-lhe a cabeça para trás e golpeou-a por duas vezes no pescoço.
A cunhada terá acorrido em socorro da vítima e acabou por ser morta com um golpe no pescoço.A acusação refere ainda que o arguido se afastou do local, mas regressou instantes depois apontando uma espingarda ao marido da vítima mortal. O pastor terá abandonado o local, depois de se aperceber do estado das vítimas.Ainda segundo a acusação, Maria Celeste Trigo terá mandado Ismael Vicente desocupar um armazém que a emigrante lhe havia emprestado. Uma situação poderá estar na origem das desavenças entre o pastor e a mulher. Ao tribunal, Maria Celeste Trigo disse que era amiga de Ismael e que na manhã do dia da festa da aldeia terá tentado falar com ele mas apenas conseguiu falar com a mãe. Depois de se ter deslocado com a mãe do agressor ao armazém que Celeste lhe emprestou, a mulher terá dado pela falta de alguns objectos e participado a situação à GNR. No entanto, Maria Celeste acabou por admitir, questionada pelo advogado de defesa do arguido, que em Maio do mesmo ano tinha já feito queixa na GNR contra o pastor, garantindo, no entanto, que não tinha havido qualquer conflito entre eles. Na altura do crime, Maria Celeste estava acompanhada da cunhada, Idalina Trigo que acabou por não resistir aos ferimentos, e ainda do irmão António Trigo, marido da vítima mortal, e da sobrinha Márcia Trigo, filha de Idalina, que acabaram por testemunhar o homicídio. Escrito por Brigantia.