Família de Mirandela há 12 anos a lutar por justiça para o filho

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Qua, 11/02/2015 - 18:56


Uma família de Mirandela luta, há doze anos, na barra dos tribunais, por justiça para o seu filho, que nasceu com paralisia cerebral e uma incapacidade de 95 por cento. 

Há cinco anos, o tribunal já condenou uma obstetra pelo crime de recusa de médico no trabalho de parto, mas o pedido de indemnização, de 250 mil euros, ainda está por resolver e os pais têm cada vez mais dificuldade em suportar todas as despesas já que os apoios sociais são escassos.
Hoje, o Gonçalo faz 12 anos e a família faz questão de comemorar o aniversário de um lutador e celebrar a vitória da vida
Os médicos davam-lhe um ano de vida. Hoje o Gonçalo faz 12 anos. Não anda, não fala, alimenta-se por uma sonda no estômago, é completamente dependente nas atividades de vida diária e nas deslocações de cadeira de rodas. Nasceu, na maternidade de Mirandela, encerrada em 2006, com paralisia cerebral, epilepsia e uma incapacidade permanente de 95 por cento, resultante da ausência da única obstetra de serviço, quando do trabalho de parto, a quem o tribunal já condenou a três anos de prisão, com pena suspensa.
Depois desta decisão, em 2010, avançaram com uma nova ação no tribunal administrativo para pedir uma indemnização pelos danos causados, mas até ao momento continuam a ser os únicos a suportar todas as despesas. Isabel diz que está a ser difícil gerir a parte emocional e os encargos financeiros e não esconde a desilusão e o cansaço de esperar por justiça.
Outra preocupação dos pais de Gonçalo passa pela adaptação das ajudas técnicas ao tamanho e peso actual, já que com a passagem dos anos, o material vai ficando inadaptado à sua situação física. O problema é que o investimento necessário é de várias dezenas de milhares de euros, impossível de suportar pelos pais
O dia-a-dia de Isabel, há 12 anos que é muito limitado. Deixou de ter vida própria para viver em função das condições do seu filho, inocente e sem capacidade para sobreviver sem a ajuda dos pais.
Os pais do Gonçalo tiveram de contratar uma pessoa, que está com ele cinco horas por dia. O resto do tempo que não estão com o filho fica na Unidade Especializada de Apoio a Alunos com Multideficiência e Surdo-Cegueira Congénita, em Carvalhais. Escrito por Terra Quente (CIR).