Qui, 02/12/2010 - 10:02
Os cuscos são agora procurados sobretudo pelos apreciadores da cozinha mais requintada.
“Esta era uma maneira de substituir coisas que as pessoas não tinham dinheiro para comprar como arroz ou massa. As pessoas das aldeias tinham de comprar e o dinheiro não existia” lembra Maria Proença, figura do panorama culinário nacional, acrescentando que hoje em dia “são um produto gourmet, que está reservado, porque incorpora muita mão-de-obra e por isso é uma coisa de nicho, para pessoas que apreciam”.
Declarações feitas à margem de um encontro realizado em Bragança onde se reavivou a memória dos cuscos, como alimentos com raízes ancestrais.
Uma tradição que o grão-mestre da Confraria dos Gastrónomos e Enólogos de Trás-os-Montes e Alto Douro garante que não está perdida.
“Uma pessoa muito próxima de Bragança ainda os faz com alguma regularidade, comercializa e consome” refere António Monteiro, acrescentando que este produto “ainda tem alguma procura sobretudo agora durante as feiras do fumeiro, principalmente em Vinhais e até posso dar o exemplo do conhecido restaurante Tavares Rico de Lisboa tem na sua carta cuscos de Vinhais”.
Maria Proença defende por isso que os cuscos deveriam ser mais valorizados “como património porque é um produto especial”.
Os cuscos são feitos a partir do trigo “Barbela” e são um produto típico da Terra Fria Transmontana.
Escrito por Brigantia