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Movimento Cultural da Terra de Miranda alarmado com extração de inertes da barragem de Miranda

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Qui, 16/09/2021 - 09:27


Estão a ser extraídos 8 mil metros cúbicos de inertes da barragem de Miranda do Douro. A operação está a cargo da Movhera, empresa de detém a concessão a barragem

Segundo comunicado da Agência Portuguesa do Ambiente, os sedimentos finos serão “diluídos e descarregados” para jusante, na albufeira de Picote, e os sedimentos maiores serão retirados para “separação” e “deposição nos locais apropriados”. No entanto, o Movimento Cultura da Terra de Miranda não está contente com a justificação da APA e quer saber qual é a composição dos materiais extraídos, explica Susana Ruano. “As populações têm que saber, única e simplesmente, o que é que está nessas lamas. Pelo que dizem no comunicado, vai haver um escorrer de água com sólidos, rio abaixo, e as populações têm o direito de saber quais são as propriedades físico-químicas dessas lamas”.

O Movimento pede que haja transparência, uma vez que pode esta extracção poderá ter um impacto negativo no ambiente e na saúde das pessoas. “Lamas que são de décadas de acumulação. O que têm? Quais são as características? Para onde vão? Parte delas vão rio abaixo. Outra parte vão ser depositadas, mas onde? Serão tratadas? Não sabemos qual é a toxicidade dessas lamas, por isso queremos saber até que ponto isso vai ou não influenciar a vida destas pessoas”.

Em comunicado a APA referiu que “em articulação com o ICNF e a Câmara Municipal de Miranda do Douro, autorizou esta intervenção que prevê que o desassoreamento seja realizado por dragagem. Contactado o presidente da câmara, Artur Nunes, descartou responsabilidades. A Rádio Brigantia entrou ainda em contacto com a APA para obter mais esclarecimentos sobre as consequências que esta extracção poderá ter na saúde pública. Em resposta explicaram que foram feitas análises aos sedimentos que concluíram que é “material dragado limpo que pode ser depositado no meio aquático ou reposto em locais sujeitos a erosão ou utilizado para alimentação de praias sem normas restritivas”. Quanto aos inertes de maior dimensão “podem ser troncos ou outros que podem ser arrastados em cheias que serão retirados e enviados para os destinos legalmente previstos”.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais