Captação de investimentos motivou troca de acusações entre candidatos no debate autárquico de Bragança

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Ter, 14/09/2021 - 17:31


O tema dos investimentos para Bragança na área do regadio e infraestruturas rodoviárias acendeu o debate entre os candidatos à câmara municipal de Bragança promovido pela rádio Brigantia e Jornal Nordeste que decorreu esta manhã.

Os cabeças de lista do PSD e PS trocaram acusações em relação às reivindicações no que diz respeito à barragem de Parada e à ligação à Puebla de Sanabria.

O candidato do PSD, Hernâni Dias, acusou Jorge Gomes de não ter apoiado estas duas reivindicações enquanto deputado eleito pelo distrito. “Temos vindo a reivindicar a construção da barragem de Parada, bem como a de Calvelhe e a de Rebordãos, nunca ouvi a sua voz enquanto deputado do Partido Socialista junto do governo a ajudar-nos nestas reivindicações. Também reivindicamos a ligação de Bragança a Zamora e até Puebla de Sanabria, e sobre esta última Jorge Gomes disse ‘queria ter uma autoestrada, mas não vai ter’, não sou eu que quero é a população do concelho que precisa desta ligação”, afirmou.

Jorge Gomes candidato pelo PS respondeu criticando o papel do autarca na negociação destas reivindicações. “O senhor não percebe o que é um deputado que é eleito por um distrito, não é pelo seu concelho, pela sua câmara. Sempre que foi a Lisboa foi tratar com quem quis, bata-me às portas, às boas. Está muito mal informado sobre a barragem de Parada, se calhar nem discutiram isso consigo. Eu pu-la no meu programa e é para cumprir e para fazer”, sublinhou.

Para o candidato do BE, André Xavier, transportes e emprego qualificado são essenciais para fixar população no concelho. “Precisamos que o transporte público seja melhorado, e que a linhas sejam mais frequentes, é preciso uma maior união de esforços para a ferrovia, que acho que iria pôr Bragança no mapa. Quanto aos jovens e estudantes só se fixam com emprego de qualidade, com direitos laborais”, sustentou o candidato.

A candidata do CDS, Paula Vieira, diz que a falta de condições como acessibilidades ou rede móvel impede as pessoas de escolher o concelho para viver ou visitar. “Ninguém se vai fixar numa freguesia que não tenha boas acessibilidades, que para chegar a Bragança são 20 quilómetros e demoro 40 minutos a fazer. No caso da pandemia muitas pessoas estiveram em teletrabalho e não conseguem exercer sem rede móvel. O saneamento que também não existe em muitas freguesias”, destacou.

Carlos Silvestre, candidato do Chega, destacou também o que considera ser um dos entraves para o desenvolvimento do concelho, a baixa cobertura de internet e rede móvel e criticou a falta de planeamento. “Pergunto como é que uma cidade que é smart city e pode não ter rede de telemóvel no concelho. É importante que se criem condições para que quando as pessoas nos vêm visitar poderem ficar alojadas e ter sítio para deixar os autocarros”, sublinhou.

A saúde também esteve em destaque no debate entre os seis candidatos à câmara municipal. O candidato da CDU, António Morais, acredita que o município deve ser mais pro-activo em reivindicar valências para o hospital local e critica o apoio ao sector privado. “A fixação dos profissionais de saúde está articulada com a capacidade de atractividade e fixação que a cidade deve ter. Creches pública e jardins de infância para esses profissionais. Na questão do público e privado, convenhamos, o SNS é fundamental para termos saúde com direito e acesso a todos, não se compadece com apoios, como a câmara municipal fez, de isenção de impostos”, defendeu.

A educação, economia, ambiente e sustentabilidade foram também temas em destaque neste debate, com os 6 candidatos à câmara municipal de Bragança. Foi o último de um ciclo de 12 debates autárquicos no distrito promovidos pela Rádio Brigantia e Jornal Nordeste que vai ser repetido hoje depois das 21 horas. Escrito por Brigantia.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro