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Vice-presidente da APA preocupado com as perdas de água e afirma ser necessário mudar comportamentos

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Sex, 16/09/2022 - 09:19


Neste que é o segundo ano mais seco desde que há registo, o vice-presidente da Associação Portuguesa do Ambiente diz-se preocupado com as perdas de água

Ontem, em Valpaços, no âmbito da sessão de participação pública sobre o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro, numa emissão da Rádio Brigantia, Pimenta Machado alertou assim para uma mudança de atitudes de forma a fazer uma gestão mais eficaz da água.

“Nós temos que mudar o chip, a aposta tem que ser mesmo na eficiência. Nós desperdiçamos muita água por exemplo na agricultura. A nossa aposta é sermos mais eficientes, porque há um ganho ambiental e económico”, referiu.

Em Valpaços esteve também a Directora Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Carla Alves vincou que, recentemente, foram abertos apoios, numa dotação de 16 milhões de euros, para os agricultores construírem charcas. No Norte foram aprovados 104 dos 230 projectos. Mas isto não chega e, por isso, é preciso apostar em culturas que gastem menos água.

“Uma das medidas que temos agora abertas é para culturas tradicionais. Temos agora uma candidatura aberta de grande facilidade para os agricultores que é um apoio para plantar árvores, por exemplo para a cultura do castanheiro, da figueira, do medronheiro. No fundo o que o ministério faz é empurrar os agricultores a irem para culturas menos exigentes em água”, frisou.

Jorge Pires, vereador da câmara de Valpaços, explicou que a falta de água é preocupante naquele concelho há já muito tempo mas está a agravar-se.

“O problema da água em Valpaços não é só o abastecimento às populações, é também na verdade um problema de armazenamento de água para a agricultura e o concelho de Valpaços é do país com maior número de explorações agrícolas”, apontou.

Já João Álvaro, da Águas do Interior Norte, que disse que o consumo humano não é o que mais sofre com um ano como este mas é o que sofre primeiro e de forma mais impactante, assumiu que as perdas de água estão a diminuir nos oito municípios que integram a empresa, entre eles dois do distrito, nomeadamente Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.

“Pode-se dizer que os municípios que se agregaram à Águas do Interior Norte apresentavam valores em 2019 que se apresentavam entre os 65 e os 75% de água não facturada. É um valor não sustentável e temos fazer um caminho de decréscimo desse indicador”, disse.

Esta foi a segunda discussão sobre o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro. Durante a tarde houve uma sessão de participação pública.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves