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A única família de refugiados quer continuar em Bragança

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Qua, 20/06/2018 - 17:26


Melat tem 26 anos e trabalha na lavandaria da Santa Casa da Misericórdia de Bragança. Ela e o filho, que já nasceu na cidade que a mãe escolheu para fugir à guerra, são a última família de refugiados que aqui permanece. 

Hoje, Dia Mundial dos Refugiados, Melat confessou-nos que se recusa-se a sair de Bragança ainda que não conheça bem ao certo como será o seu futuro já que no próximo mês terminam os apoios financeiros da Plataforma de Apoio aos Refugiados assim como as ajudas da Santa Casa que a acolheu há quase dois anos. "Eu quero Bragança, gosto de Bragança. É mais pequena, as pessoas são boas. ajudam. É diferente. Tenho amigas que foram para a França e perguntam-me porque fico aqui, eu gosto, não sei", explicou a jovem.

Melat vai continuar a trabalhar na lavandaria da Santa Casa mas vai ter de se adaptar a viver apenas com o ordenado desse trabalho. Ainda que preocupada, a jovem está esperançosa com a possível vinda da irmã, que está no Sudão, para a ajudar e possam depois também as duas ajudar a mãe que está na Etiópia. "Antes queria que viesse a minha mãe mas é melhor a minha irmã. Ela tem 34 anos e se vier para aqui pode ajudar-me a mim e trabalhar aqui, e assim ajudarmos a minha mãe", contou.

A jovem refugiada está também à procura de uma casa onde possa viver com o pequeno Joseph, algo que ainda não conseguiu nesta que começa a ser a fase de autonomia. Contando com a ajuda de diversas pessoas com quem travou amizade na instituição, se não encontrar casa até ao final de Julho, Melat a Santa Casa não a deixará ficar na rua.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves