Rede de transportes limita vida dos utilizadores

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Qua, 07/12/2022 - 09:22


A vida dos utilizadores dos transportes públicos é um pouco limitada na nossa região. Aqui, o comboio tarda novamente em apitar, e quem viaja pelo concelho de Bragança, de Bragança para outros concelhos ou de Bragança para outros distritos, por vezes, sofre com algumas complicações
Os alunos das escolas de Bragança e do politécnico são os viajantes mais frequentes das carreiras e STUB's que circulam pela cidade e entre a capital de distrito e as aldeias. Mas queixam-se de vários problemas. "Na realidade para nós só há um horário. Eu apanho o autocarro por volta das 7h30 para vir para a cidade e depois apanho-o por volta das 17h30 para ir para casa. São estes os horários que tenho. Caso só tenha aulas de manhã, também posso ir para casa às 14h00", disse Bruna Santos, estudante de 13 anos, que diz que em termos de horários está tudo bem mas que as pessoas da aldeia em que vive que se queixam. "Acho que, de manhã, como têm que ir a muitas aldeias, temos que estar muito tempo à espera na paragem. Tanto demoram muito tempo como um pouco", disse Diana Vaz que também é utilizadora de um destes autocarros".
No que toca às viagens entre Bragança e outros distritos, a Flixbus começou a operar na nossa região há cerca de um ano. Segundo contou o team leader de Portugal da empresa, Tiago Cavaco Alves, a Flixbus abriu um novo mundo de preços, com viagens a partir de 4,99 euros. "Toda essa zona Norte merecia ligações ao Porto e a Lisboa e a cidades intermédias. Neste momento, oferecemos viagens diárias, quatro, ao Porto, Vila Real e Amarante, e duas para Lisboa, com paragens e m Coimbra e em Viseu. Na altura do Natal vamos criar cinco viagens para Vila Real, Porto e Amarante", disse admitindo que os estudantes são um dos públicos que mais prefere a Flixbus, pelos "preços atractivos", pela "comodidade" ao nível da reserva, já que "é tudo muito digital", pela "qualidade dos autocarros" e pela "preocupação ambiental" que a empresa diz ter com a frota.
Tiago Cavaco Alves disse que a frequência com que as viagens acontecem, seja para que ponto for, é suficiente. Mas esclareceu que a empresa não quer ficar por aqui. "Queremos crescer e queremos fazê-lo de forma sustentada. Queremos primeiro perceber o que está em falta. Que outras ligações podemos incrementar".
Segundo uma funcionária da estação rodoviária de Bragança, "há muita gente a aderir à Flixbus por causa dos preços baixos mas, muitas vezes, não tendo o número suficiente de passageiros, a empresa cancela as viagens e avisa os utilizadores por mensagem". Tiago Cavaco Alves desmente. "A Flixbus não opera viagens que só ocorrem com determinado número de passageiros".
Em 2020 a Rodonorte e a Rede Expressos estabeleceram uma parceria, no que toca ao transporte de passageiros e mercadorias. Em Novembro terão assinado, novamente, um protocolo para melhorar serviços e alargar horários. Ainda assim, até agora, ainda não foi possível obter declarações do responsável da Rodonorte.
E quanto às ligações entre Bragança e os outros concelhos do distrito... a Rodonorte é também responsável por estas ligações. Ao que conseguimos apurar, só em Carrazeda de Ansiães é que não há oferta de transporte até Bragança e vice-versa. Miranda do Douro e Vinhais têm até oferta de dois horários de ida e volta, um de manhã e outro à tarde. Mas no caso de Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta e Mogadouro, as pessoas são obrigadas a vir para a capital de distrito por volta das sete da manhã e só têm alternativa para regressar às 15h30. Sabe-se ainda que há uma carreira especifica que faz a ligação Mirandela-Bragança e vice-versa e que é “muito utilizada” por trabalhadores, visto que chega à capital de distrito às 8h30 e sai às 17h45.
A rede de transportes é utilizada, sobretudo, por estudantes e idosos, mas a falta de horários e os atrasos dos autocarros que viajam entre a cidade e as aldeias, bem como dos que ligam Bragança a outros concelhos, limitam um pouco a vida dos utilizadores. No caso das viagens para outros distritos a oferta até cresceu recentemente.
Escrito por Brigantia
Jornalista: 
Carina Alves