Qui, 20/02/2020 - 10:59
Em 1620 foram impressos 40 exemplares do Livro de Missas de Diego de Bruceña. O único que resta foi descoberto, em 2015, na Concatedral de Miranda do Douro.
Até se ter encontrado este exemplar acreditava-se que as composições de Bruceña estavam perdidas, mas com a descoberta recuperou-se uma parte importante da música sacra do início do século XVII. 400 anos depois da impressão do livro, o Museu da Terra de Miranda estabeleceu uma colaboração com o Boston College e com um musicólogo e maestro especialista em música sacra renascentista. A directora do Museu, Celina Pinto, explica que a parceria foi procurada para se conseguir estudar o livro com mais profundidade. “Há cerca de cinco anos o museu deu a notícia de que tinha descoberto este exemplar na concatedral, solicitando ajuda e colaboração connosco, no sentido de analisar e estudar este livro. Esta parceria apareceu através deste musicólogo, Michael Noone, e foi aqui que iniciámos este projecto. É um livro riquíssimo, com muitas especificidades, que reflete a transição musical do século XVI para o XVII”.
Celina Pinto sublinhou ainda que a parceria surge no âmbito da associação entre a direcção do museu e gestão da concatedral. “Parte de um principio de gestão do património. Desde que o museu se associa à gestão da concatedral despoleta-se aqui uma nova dinâmica de gestão do património, que integra as coleções da concatedral. Isto obriga-nos, vendo a categoria de espólio que existe na concatedral, a recorrer a parcerias externas e é o que acontece com este estudo, que é mais especifico”.
E 400 anos depois vai voltar-se a ouvir Bruceña na Concatedral de Miranda do Douro. “Vamos apresentar no dia 11 de Maio, assinalando os 400 da impressão do livro, um concerto na concatedral, com um coro que vem de Sidney, que vem cantar Diego de Bruceña, já com as transcrições do livro para um manuscrito que será impresso e estas transcrições já estão feitas pelo investigador Michael Noone”.
A 11 de Maio várias peças de missas em polifonia vão ser tocadas, pela primeira vez, desde o século XVII, na Concatedral de Miranda do Douro. Nesse dia será apresentado publicamente o projecto de investigação e divulgação do único exemplar do livro de música sacra do compositor Diego de Bruceña, eleito um dos compositores mais importantes de sua época, que foi capelão nas catedrais de Ourense, Oviedo, Burgos e Zamora.
Escrito por Brigantia