Qua, 26/07/2017 - 10:37
Em Alfândega da Fé, por exemplo, os búlgaros são uma comunidade com cerca de 100 pessoas residentes, todo o ano na vila e com alguns problemas de integração. Na altura do Verão com a apanha das frutas na Vilariça, o número de imigrantes chega a duplicar.
Para colmatar essas dificuldades foi criado em Alfândega da Fé o CLAIM- Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes.
Segundo a autarca, Berta Nunes, este centro vai fazer uma vigilância às condições de trabalho a que os estrangeiros são sujeitos.
“ A verdade é que neste momento estamos com dificuldade em ter pessoas que trabalhem à jeira e os búlgaros estão neste momento a dar uma resposta à nossa agricultura e têm alguns problemas. Há casos de tráfico de seres humanos em que uma pessoa recebe o dinheiro por todos e só lhes dá uma pequena parte do que recebe, temos situações que em vez de pagarem a jeira normal pagam apenas metade, temos várias situações de exploração que convém alertar as pessoas de que isso não pode ser feito e que nós estamos atentos a isso”, explica.
Além disto, o centro é também uma forma de apoio aos mais jovens para os integrar na comunidade e “sobretudo na escola para que conheçam os seus direitos como cidadãos portugueses.”
Este projecto tem sede em Alfândega da Fé, mas é um Plano Intermunicipal para a Integração de Migrantes, foi candidatado pela Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana. Tem um valor de 128 mil euros, com um financiamento de comunitário de 75%. Uma união que a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, considera inovadora no contexto nacional.
“Este é um projecto que faz sentido, já que é uma realidade que acontece em vários municípios. Se juntarmos todas essas pessoas, tivermos uma estratégia intermunicipal conseguimos uma resposta mais consolidada. Aqui a associação de municípios teve esta capacidade de perceber que se unindo tinham mais capacidade de unir recursos, conseguir mais dinheiro e ter uma intervenção mais concertada”, refere.
Um projecto que vai apoiar imigrantes, emigrantes que regressam às origens definitivamente ou mesmo refugiados, desde os aspectos burocráticos e administrativos, junto da segurança social, finanças, centro de emprego, até à sua integração na sociedade. Escrito por Brigantia