Qua, 12/11/2025 - 12:46
Na sequência do último ataque de lobos, e após terminada a consulta pública do Programa Alcateia 2025-2035, a diretora regional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) anunciou que quer colocar em prática um conjunto de ações no terreno.
Sandra Sarmento avançou que "todas as comunicações que nos chegam são enviadas aos nossos vigilantes da natureza que vão aos locais para validar se é prejuízo causado pelo lobo ou outrem e sempre que são prejuízos causados pelo lobo são ressarcidos. Obviamente temos essa disponibilidade e verba disponível para pagar esses prejuízos causados pelo lobo.”
Entre as medidas apresentadas está a atualização do valor das indemnizações por prejuízos atribuídos ao lobo, o acompanhamento aos produtores de gado afetados por ataques, a implementação de medidas preventivas, bem como a aplicação de orientações essenciais para a conservação da espécie e do seu habitat.
Sempre que ocorre um ataque, técnicos do ICNF são deslocados ao local para avaliar a origem dos danos, como explicou a diretora regional. “O Programa Alcateia terminou a consulta pública muito recentemente. Estamos a incorporar todos os contributos que recebemos para rapidamente ser publicado e naturalmente teremos à nossa disposição o Fundo Ambiental e o PEPAC para implementar um conjunto de ações que estão no Programa Alcateia", esclareceu.
São cada vez mais frequentes e têm causado preocupação entre os pastores da região, que descrevem a situação como “uma calamidade”.
De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 25 de julho e 2 de outubro foram registados 22 ataques de lobos no Planalto Mirandês, que afetaram 113 animais e mataram 83, “sendo a grande maioria (107) ovinos”, refere a Lusa.
O lobo ibérico é uma espécie protegida classificada como “em perigo”. Na passada quarta-feira, o Governo aprovou uma revisão do regime de proteção do lobo ibérico, com o objetivo de atualizar as regras de indemnização aos produtores pecuários.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou à Lusa, que “em algumas zonas do país, como na região de Trás-os-Montes, têm crescido os ataques de lobo ibérico a animais de explorações e produções pecuárias”, reforçando que a atualização visa “proteger um animal raro, sem deixar de apoiar os produtores que estão na linha da frente desta convivência difícil”.
Escrito por Rádio Onda Livre (CIR)




