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Eurodeputado reclama “atenção especial” do financiamento europeu para regiões mais pobres

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Ter, 18/10/2016 - 16:41


É nas regiões mais pobres do país que se deve aplicar mais dinheiro da Europa. Essa é a posição defendida José Manuel Fernandes, deputado europeu do ano e negociador do Fundo Europeu para Desenvolvimentos Estratégicos, o chamado Plano Juncker, que participou em Macedo de Cavaleiros numa sessão de esclarecimento sobre fundos europeus. São as regiões mais pobres como Trás-os-Montes que fazem vir mais dinheiro da União Europeia, e que, por vezes, não é aplicado como se deve.

Há regiões como Trás-os-Montes que puxam o Produto Interno Bruto (PIB) para baixo, pois é a mais pobre do país, com 62 pontos, e é por isso que recebe mais. São esses territórios que possibilitam um envelope financeiro maior e, como tal, devem ter uma atenção especial para corresponder aos objetivos dos fundos que são a coesão territorial, económica e social.

Portanto, estes elementos devem estar presentes na repartição dos recursos e é uma decisão que cabe às autoridades nacionais.

As regiões mais pobres são aquelas a quem o dinheiro se destina em maior quantidade. Vemos concursos que já são feitos mais ou menos à medida para determinados territórios e isso é absolutamente inaceitável, violando o espírito do regulamento dos fundos europeus”, refere.

O deputado considera que para mobilizar a economia de Trás-os-Montes é necessário criar projetos de grande dimensão recorrendo a dinheiros da Europa.

“O Plano Juncker dá a possibilidade de criação de plataformas de investimento que podem ser regionais e temáticas. Este território precisa de projetos de grande dimensão, ainda que fossem projetos mais pequenos mas todos juntos para mobilizar a economia.

Até em termos agrícolas, isso poderia ser feito também com investimentos associados ao turismo, à transformação, à agro-indústria e à comercialização. Estas valências poderiam até estar na mesma plataforma. Nesta região, temos produtos endógenos únicos, de sabor imbatível e qualidade inigualável. 

É preciso aproveitar os produtos e haver interessados em investir onde se possam juntar fundos do Portugal 2020 e do Plano Juncker”, considera.

Por sua vez, o autarca macedense Duarte Moreno, diz ver no plano Juncker uma boa medida mas sem viabilidade para o concelho, e explica porquê.

“É sempre uma boa hipótese tendo em conta o que ficamos hoje a saber sobre o Plano Juncker, mas aqui é preciso arranjar massa crítica para concretizar os projetos, pois só são possíveis a partir de 25 milhões de euros. Conseguirmos projetos para esse montante de investimento tão elevado vai ser difícil.

Obviamente que as Comunidades Intermunicipais têm aqui um papel agregador destes potenciais investimentos, mas falta gente com capacidade e jovens para poder apostar nesse desenvolvimento e investimento.

Portanto, não consigo vislumbrar que o Plano Juncker nos possa ajudar de alguma forma”, entende o autarca.

Durante a tarde de sexta-feira, José Manuel Fernandes fez uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros que, recentemente, apresentou uma candidatura a fundos europeus para remodelar o edifício que precisa de obras, explica Alfredo Castanheira Pinto, provedor da instituição.

“Falamos-lhe na obra que estamos a pretender fazer na Misericórdia. Trata-se de uma remodelação total do lar com substituição de vidros, pavimentos, caixilhos e das casas de banho onde precisamos trocar as banheiras por cabines de chuveiro e, assim, prepará-las para os idosos.

São prioridades aqui para a Santa Casa com investimento estimado em 850 mil euros.

Tentamos saber qual a posição da candidatura”, afirmou o responsável da instituição social.

O eurodeputado José Manuel Fernandes referiu que o projecto se enquadra nas prioridades e objectivos dos fundos europeus, a remodelação do espaço com o objectivo da eficiência energética e que servirá o propósito da inclusão social. Escrito por Rádio Onda Livre (CIR).