PUB.

Ainda há capadores em Trás-os-Montes

PUB.

Qua, 21/08/2019 - 09:09


Apesar de ser uma profissão antiga e actualmente as pessoas recorrerem aos veterinários, ainda há quem o faça

Gil Afonso tem 64 anos e aprendeu com o pai esta arte que já pratica há 30 anos. "Aprendi com o meu pai porque nesta profissão era meu colega e foi com quem aprendia. Já faço isto há perto de 30 anos, já era adulto. Estas profissões não são para crianças, já são para pessoas mais responsáveis porque ninguém nos iria deixar um animal na mão sem ter a certeza que somos conhecedores da situação e da profissão", contou Gil Afonso.

Gil, natural de Carrazedo, no concelho de Bragança, capa essencialmente porcos, cavalos e burros. É apenas capador nas horas vagas porque diz que é difícil viver monetariamente da profissão, pois são poucas as pessoas que, hoje em dia, criam gado. "Actualmente ainda faço mas menos porque há menos animais, a população nas aldeias é pouca e assim há muito menos animais. Antigamente podia capar umas vinte porcas fêmeas por dia, hoje não faço esse trabalho num mês, se calhar nem em dois. Se falarmos nos tempos do meu pai, ele tinha o tempo todo ocupado com a profissão de capador. Hoje em dia não é algo a que nos possamos dedicar exclusivamente", contou o capador.

São muito poucos os jovens que querem aprender esta profissão. Gil Afonso acredita que, daqui a uns anos, vão deixar de haver capadores.

Gil Afonso já capa animais há muitos anos, porém diz que ainda tem muito para aprender.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais